Crúzios

OS CRÚZIOS

A Ordem da Santa Cruz é um grupo de cristãos que vive e trabalha em comunidade, em vista do Reino de Deus neste mundo. Juntamente com todos os cristãos, a Igreja em que o Evangelho de Jesus Cristo é anunciado e vivido. Homens consagrados para seguir o exemplo dos primeiros cristãos: vivendo em comunidade, rezando juntos, servindo à Igreja e ao povo de Deus.

História

Os Crúzios chegaram a Campo Belo no final dos anos 50 e assumiram a Paróquia do Nosso Senhor Bom Jesus. Construíram a Nova Matriz, concluída em 1962 e, desde 1951 assumiram o Colégio Dom Cabral, referência em ensino na região e onde funciona a Escola Apostólica Santa Odília, para a formação de religiosos.

ORIGEM DO NOME

O nome Crúzios se deriva do francês Croises, ou seja, os assinalados com a cruz. Na Inglaterra medieval, Crúzios eram conhecidos como os frades Crutched (cruzados). A designação refere-se à cruz e à espiritualidade da Ordem. A festa principal dos Crúzios, a Exaltação da Cruz, reflete uma espiritualidade centrada na cruz triunfal de Cristo, o Senhor glorificado. Uma marca distintiva dos Crúzios é a cruz vermelho e branco, usada no escapulário de nosso hábito religioso.

SURGIMENTO

A ordem da Santa Cruz foi fundada no ano de 1210 pelo Beato Teodoro de Celes e seus companheiros. Segundo as tradições, Teodoro participou de uma das cruzadas para a retomada de Jerusalém. Esta experiência o fez tomar mais contato com as tradições da Cruz de Cristo. Teodoro, até então cônego na Catedral de Liége, retira-se com seus companheiros e inicia uma experiência de vida mais radical, baseada nos valores evangélicos, na autêntica vida fraterna e numa vida de oração em comum.

OS CRÚZIOS NO BRASIL

No Brasil, os três primeiros Crúzios desembarcaram em Belém do Pará, em terras amazônicas encontraram muitos desafios, incluindo doenças e a morte de um membro da comunidade. Perseveraram, fundaram a paróquia da Santa Cruz em Belém, e em 1948 deram um passo significativo ao ir para o sudeste do Brasil. Com o grande número de vocações na Holanda, fundaram comunidades e começaram a servir nas cidades de Juiz de Fora, Belo Horizonte, Campo Belo, Leopoldina e Rio de Janeiro. Os padres holandeses deram um testemunho magnífico de trabalho e dedicação ao povo brasileiro. Foram grandes evangelizadores e construtores de bons cidadãos, através dos trabalho sociais. Por onde os Crúzios passaram deixaram uma marca de serviço e amor ao Reino de Deus e ao povo. Hoje, depois de 80 anos de Brasil, os Crúzios no Brasil estão em processo de refundação e estão presentes em Campo Belo e Belo Horizonte.

O Hábito Crúzio

Quando a Ordem dos Crúzios foi fundada em 1210, durante a Idade Média, as pessoas prestavam muita atenção para a natureza simbólica da roupa. Assim, os primeiros Crúzios projetaram o hábito para ser uma declaração altamente visível dos valores religiosos da comunidade.

A cruz dos crúzios é a característica mais proeminente do hábito. De forma exclusiva, esta é a cruz dos cruzados usada por soldados para se identificarem como cristãos. O vermelho representa o sangue e o branco representa a água que fluiu do lado de Jesus após a sua morte na cruz (Jo 19,34). Enquanto o vermelho nos lembra da nossa devoção à Eucaristia e a água lembra nosso batismo, o vermelho também representa o sofrimento, enquanto o branco significa a glorificação que se segue.

A longa túnica branca é semelhante a uma batina. Historicamente, foi feita a partir de lã não processada nem tingida, era barata, quente e de um branco fosco. A cor e a textura eram um lembrete para viver uma vida simples. Antes do Vaticano II, os irmãos usavam uma túnica preta para distinguir-se dos sacerdotes.

Colocado em torno da cintura para firmar a túnica, o cinto está incluído em quase todas as formas de vestuário religioso ou eclesiástico. O cinto está intimamente associado com a castidade e, aqueles que seguem a Regra de Santo Agostinho, usam uma ampla parte de uma cor escura. Em anexo estão dois pedaços de tecido que pendem para o lado esquerdo, um lembrete do cinturão da espada usada pelo beato Theodore como um cruzado, antes dele dedicar sua vida a Deus, primeiro como um cônego da catedral e mais tarde como um Crúzio. As duas peças abertas simbolizam a paz. A franja presos às extremidades da faixa lembra a exortação de Moisés aos israelitas: “Diga aos filhos de Israel: Por todas as gerações, façam borlas e as costurem com linha violeta na franja de suas roupas. Vendo essas borlas, vocês se lembrarão dos mandamentos de Javé. E elas ajudarão vocês a cumprir os mandamentos, sem ceder aos caprichos do coração e dos olhos, caprichos que poderiam levar vocês à infidelidade.” (Nm. 15,38)

O escapulário é o pano retangular amplo, que vai desde os ombros até os joelhos na parte dianteira e posterior do corpo, possui a cruz vermelha e branca, que é distintivo dos Crúzios. No início, o escapulário era simplesmente uma peça de vestuário de trabalho ou avental usado pelos trabalhadores agrícolas, mas por volta do século V ordens religiosas começaram a usá-las como um sinal de seus votos religiosos, muitas vezes chamando-o crux (cruz) por causa de sua forma. O escapulário Crúzio dobrou como um avental de trabalho é um sinal de solidariedade com trabalhadores comuns e os pobres.

A mozeta é uma capa preta de comprimento até o cotovelo, usada sobre o escapulário, possui uma fila de nove botões do lado direito e nove buracos para botão do lado esquerdo. Quando um noviço recebe seu hábito, sua mozeta tem apenas três botões, um para cada um dos votos: pobreza, castidade e obediência. Trata-se de um sinal externo de seu compromisso de ser fiel aos votos. Depois que ele professa seus votos (após um período de noviciado de um a dois anos), seis botões adicionais são costurados para simbolizar a filosofia, teologia e educação em geral, aquelas áreas que serão estudados enquanto se prepara para o sacerdócio e para o resto da sua vida. Os furos de botão, no entanto, são costurados, destacando a importância da Cruz dos Crúzios sobre o hábito.

MISSÃO DOS CRÚZIOS

Os Crúzios que despertados pelo amor de Deus e motivados pela construção do Reino, seguem Jesus Cristo consagrando suas vidas pela vivência dos valores do Evangelho. Nosso carisma e missão se estabelece em três pilares:

Movidos pela experiência da ressurreição, os primeiros cristãos edificaram uma vida em comunidade. Hoje também somos tocados profundamente e, assim, a vida comunitária se tornou para nós uma exigência da fé em Cristo. Ser Crúzio é fazer uma opção para viver em comunidade, onde a vida fraterna se torna sinal da presença de Deus. A partir desta vivência de irmãos em comunidade, somos testemunho vivo para o mundo.

A oração litúrgica, celebração de ação de graças na Eucaristia e na Liturgia das Horas, é elemento essencial da vocação da Ordem. Os crúzios estão juntos para celebrar a liturgia em comunidade, pois este foi um dos motivos para a fundação da Ordem. O ritmo cotidiano da liturgia organiza e marca nossa vida em comum.

A partir da comunidade, que é o nosso primeiro apostolado, encontramos apoio para nossa missão na sociedade, onde somos chamados para servir a Cristo com o povo, procurando realizar a perfeita caridade na comunidade. Anunciamos a todos uma mensagem de alegria e coragem, sendo fermento na massa.